Tudo sobre a região do Anhanduizinho
Campo Grande, terça-feira, 05 de dezembro de 2023.
Na época da proibição, títulos como esse eram comuns nos jornais dia´rios em todo o pais (Foto: Google)
É inegável que o futebol feminino está em alta, no mundo todo e especificamente no Brasil e em particular na Capital de MS, onde a modalidade mesmo ainda sofrendo almas restrições por parte da classe empresarial, vai aos poucos conquistando e cada vez mais e mais, o espaço há tanto tempo sonhado e desejado pelas suas praticantes e até mesmo, pelos donos dos times.
Mesmo que ainda “capengando”, mas demonstrando estar pronta para longas jornadas é inegável que o futebol feminino precisa sem dúvida nenhuma, de mais divulgação e com isso, certamente o acesso do mesmo à classe empresarial será mais fácil, pois a partir de maciça divulgação, os investidores terão certeza quanto ao retorno, através das divulgações, imagens e fotos dos campeonatos.
A competição é uma das mais movimentadas nos bairros e vilas espalhadas pela Capital de MS, mas a falta de divulgação deixa as mesmas no mais completo anonimato e com isso, os empresários não abraçam a chamada “causa” esportiva.
Recentemente foi realizado uma competição a Copa Outubro Rosa JP Net de Futebol Feminino, na arena Campo Nobre e talvez devido à propagação, ainda que tímida, mas já ganhando contextualização de alguns veículos, o evento se tornou um
“gigante” na modalidade e desde agora, a União Esportiva de Futebol Amador (UEFA), já elencou o mesmo como um dos eventos oficiais na programação anual da entidade.
Livre das amarras, hoje a modalidade mostra além da beleza das jogadoras, as qualidades técnicas e habilidades das mesmas, em campo (Foto: Arquivo)
Janeiro
A partir de segunda quinzena de janeiro, a modalidade terá dois campeonatos já confirmados sendo um no campo do bairro Jockey Clube, promovido e organizado pelo desportista Maurio Martins Maroka e o outro, promovido e organizado pelo professor André Luiz de Oliveira, cujos jogos serão disputados no campo de futebol , do Depósito Casarão, no bairro Nova Lima, e nas duas competições a previsão é que nada menos que 38 times participem dos eventos que até então recebia também algumas reclamações quanto a respeito das poucas competições realizadas pelos organizadores.
Liberdade!
Mas até 1.979, a prática foi proibida no Brasil, devido lei 3.199 decretada pelo então presidente Getúlio Vargas, cujo texto dizia: “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”.
O futebol feminino vivia uma efervescência no início dos anos 1940, partidas chegaram a ser vistas por mais de 60 mil espectadores. No centro da ascensão das mulheres nos gramados estava uma senhora de sessenta e poucos anos, que acabou presa, acusada injustamente de fazer das equipes de futebol uma fachada para que as jogadoras vendessem seus corpos
Como ainda não era comum ver mulheres jogando futebol, as equipes formadas por Dona Carlota ganharam notoriedade e espaço nas páginas dos jornais esportivos da época. Consequentemente, as jogadoras começaram a ser remuneradas por suas apresentações. Esse foi um dos motivos de indignação da sociedade que levou à proibição do futebol feminino
As críticas tinham como base argumentos médicos, que defendiam que o futebol poderia prejudicar a função reprodutora das mulheres. Mas também tentavam desqualificar moralmente a prática da modalidade, associando o futebol à perda da reputação da mulher na sociedade
Dona Carlota ficou presa por apenas 48 horas porque não encontraram em sua casa, que era usada como sede do Primavera A. C., e nem nos depoimentos das jogadoras nenhum indício da promiscuidade da qual ela estava sendo acusada
O Decreto ficou em vigor até 1979, quando foi extinto pelo Conselho Nacional de Desportos (CND). Durante esse período, surgiram algumas organizações para a prática do futebol feminino, porém foram coibidas pela Justiça, pela polícia ou mesmo criticadas socialmente.
Libertado com o fim do Decreto, o futebol feminino revelou jogadoras de extrema qualidade técnica, no caso específico da Marta escolhida durante seis vezes, como a melhor jogadora do Mundo e no caminho da ex-santistas, milhares de jogadoras também trilharam com o mesmo sucesso.
Agora, pode ser que as luzes dos holofotes se voltem para a Capital de MS, com as competições ora programadas e acima mencionadas, pois está em tempo ainda, de as “meninas” mostrarem em campo também as suas habilidades que, pasmem, muitos jogadores, não têm!
0 Comentários
Os comentários estão fechados.