2ª liga terrão estadual

Graças à UEFA-MS, futebol descobre a técnica Jéssica Tatiane, primeira mulher em MS, a entrar em uma atividade extremamente machista

Comandando o time do Reciclagem pela segunda vez, técnica Jéssica tem sonhos mais audaciosos à frente da equipe (Foto: Divulgação)

São muitos os fatores que podem somar que a 2ª Liga Terrão Estadual, competição essa promovida e organizada pela União Esportiva de Futebol Amador (UEFA-MS) seja de fato reconhecida pelo “Guinness World Records” como o maior campeonato de futebol amador do mundo, dentro dos moldes elaborado pela diretoria da entidade que usando as 17 regras básicas do futebol tradicional introduziu nas mesmas, algumas mudanças com excelentes resultados.

Na primeira edição, a Liga Terrão Estadual trouxe de volta, através do futebol um pouco da rica história do Estado, revelando através de pequenas reportagens fatos históricos que marcaram a existência de alguns municípios que tiveram times participando daquele que pode ser apontado como o maior Campeonato de Futebol Amador do Mundo.

Agora, a mesma competição, desta feita na sua 2ª realização, após ser suspensa devido a pandemia causada pela Coronavírus Covid 19, brida os torcedores com um campeonato que tem a participação de 256 times que representam 25 dos 79 municípios do Estado, sendo mais de 30% do total existente.

E justamente através da 2ª Liga Terrão Estadual, promovido e organizado pela UEFA-MS que também merece receber uma outorga dos municípios, pelo fato de proporcionar condições iguais para o surgimento de novos valores que seja como jogador de futebol ou no comando técnico dos times, pois a entidade proporciona a abertura de um leque de oportunidades para todos.

E justamente através do chamado futebol amador, proporcionado pela UEFA-MS, onde também, ainda que de forma lenta, mas já é nítido o investimento por parte de várias empresas que passaram a acreditar maciçamente na plena evolução da modalidade e através dela, as portas estão se abrindo também, para as mulheres interessadas em colocar os seus conhecimentos técnicos e táticos, se tornando técnica de futebol e este pode de fato, ser sim, o primeiro passo para novas conquistas.

Como se observa, as mulheres aos poucos estão invadindo o mercado que até pouco tempo era basicamente ocupado pelos homens, como por exemplo comentaristas, narradoras, repórteres, colunistas, todas falando ou escrevendo o futebol que era sabidamente ambiente ocupado pela presença masculina.

Mas, uma vez mais, a iniciativa coube às “locas” cabeças  dos dirigentes da União Esportiva de Futebol Amador (UEFA-MS), a tirar a ideia da cabeça e coloca-las no papel, para proporcionar as chances tão esperadas por dezenas de mulheres que esperam e contam agora, ser entendidas e permitirem que as mesmas exerçam também a profissão no mundo dominado pelo machismos.

No quadro de arbitragem, por exemplo, conforme o presidente do Sindicato de Árbitros de MS (Sindárbitros) Ernani Silva, existem 15 árbitras que estão prontas para atuarem e comais um evento organizado pela UEFA-MS, devido ao elevado número de jogos que ainda serão realizados até que seja conhecido o time campeão, muitas delas poderão mostrar ou darem sequência aos aprendizados e com isso, ganharem espaço na modalidade que escolheram, não como profissionais, mas como atividade esportiva.

Técnica

Apesar do crescimento da participação feminina no futebol, ainda são raros os casos de técnicas mulheres trabalhando em equipes e competições dominadas pelos homens.

Mas as novidades não param apenas por ai, pois em Três Lagoas, mais precisamente no time do Reciclagem Alvorada que firmou parceria com Europa Ferragens, as diretorias apostam nos conhecimentos técnicos e táticos da acadêmica em Educação Física, Jéssica Tatiane de Paula, que aos 31 anos, está tendo pela segunda vez, a oportunidade de colocar em prática todos os seus conhecimentos, no Campeonato da 2ª Liga Terrão Estadual.

Conforme o levantamento realizado, Jéssica de fato é a única mulher a comandar um time masculino, entre os 256 participantes da competição.

Hoje, acadêmica em Educação Física, Jéssica não “caiu de para quedas” na modalidade, sonha em ter em mãos o Registro Regional em Educação Física (CREF), tanto que desde 2.016, já mexe com o futebol masculino e ao longo desses anos, buscou o aprimoramento, o máximo possível para acompanhar as evoluções táticas no futebol.

Com o registro em mãos, a técnica Jessica quer continuar  trabalhando no esporte e nele, sendo chamada de “professora”, mas desta feita com a devida formação e com nível superior.

Sempre em busca do conhecimento dentro do mundo mágico do futebol, Jéssica Tatiane agora divide o seu tempo com as aulas do curso de Educação Física, com as realizações ainda que periódicas de cursos on line sobre as ciências que norteiam o futebol, que agora, de fato passou a ser estudado profundamente.

Ggraças a ousadia dos diretores da UEFA-MS, Jéssica está há dois anos à frente do time Reciclagem Alvorada/Europa Ferragens, onde além da dedicação e o amor pela profissão, coloca em prática todo o conhecimento já adquirido.

Na 1ª Liga Terrão Estadual, o time Reciclagem Alvorada/Europa Ferragens, acabou sendo desclassificado na fase semifinal, ainda na cidade polo, em Três Lagoas, ocasião em que além de  ter mais conhecimento e certeza quanto à possível profissão,  tirou também muito aprendizado e que hoje estão sendo úteis e também colocados em práticas, nos jogos já em andamentos e válidos pela 2ª Liga Terrão Estadual, onde terá como adversários os times do MAC Arsenal, com quem já jogou e empatou sem gols, São João, Vira Latas/Botafogo, Juventus de Andradina e Tradicional, de Inocência.

Objetiva

À frente dos trabalhos do elenco do Reciclagem Alvorada/Europa Ferragens, Jéssica se classifica como “muito objetiva” e afirmou que os  treinos  realizados de forma trissemanal, são árduos, com desempenhos funcionais e cardios, além de toda preparação física do elenco.

Para manter sempre em atividade o elenco, a técnica Jéssica toma a iniciativa de ir atrás ou de solicitar à diretoria do time, a marcação de jogos amistoso e neles, pode colocar em prática não apenas os seus conhecimentos táticos e técnicos, mas bem como acompanhar a evolução do time e se no elenco, os jogadores estão assimilando os seus ensinamentos.

Técnica Jéssica acompanhando os treinamentos técnicos=táticos, com bolas paradas (Foto: Divulgação)

Claro que pelo fato de se tratar de ser mulher “tentando invadir” o “mundo essencialmente” dirigido por homens, como é o caso de futebol, mas não será nenhuma surpresa se num futuro bem próximo, tanto Jéssica Tatiane, bem como as árbitras que hoje integram o seleto grupo de arbitragem do sindicato, possam brilhar ou pelo menos escancarar as portas, para futuras técnicas e árbitras e com isso, quebrar esse paradigma do mundo machista.

E mais uma vez, tudo graças à iniciativa dos “loucos” dirigentes da UEFA-MS que de fato, merecem com todos os louvores, as homenagens pelos ótimos serviços prestados ao futebol, ainda que chamado de amador, não apenas na Capital, mas de forma geral no Estado.