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Campo Grande, segunda-feira, 06 de maio de 2024.

"causos" do futebol

Jogo em que o árbitro Getúlio Barbosa Souza Jr, do Quadro Aspirante à FIFA, expulsou jogador Zé Valdo que fingiu que foi, mas não foi e voltou

Por Gilson Giordano em 06/05/2024 às 16:43

Integrante do Quadro Aspirante à FIFA, Getúlio Barbosa Souza Junior, apitou mais de 200 jogos de todas as categorias no futebol brasileiro (Foto: Google)

No futebol atual, o nome Copa, se tornou quase que tradição, pelo fato de a mesma ser um torneio envolvendo diversas equipes.

Hoje, o adjetivo Copa, caiu nas graças do povão, tanto que na Capital de MS tem a Copa Brasília Amarela, no país temos a Copa do Brasil e no continente, a Copa Libertadores e a Sul-americana.

Mas a Copa que será o destaque a partir de agora, não é a Brasília Amarela e muito mesmo as internacional. As atenções serão voltadas para a Copa do Brasil e para tanto, uma vez mais entraremos no túnel do tempo, para resgatar parte dessa história…” zuuummmmmm…”

O ano foi 1.995, mais precisamente no dia 3 de março, uma sexta-feira, o jogo foi entre os times do Operário de Várzea Grande e Corinthians, disputado ainda no estádio José Fragelli “Verdão”, que depois se tornou Arena Pantanal, localizado em Cuiabá (MT).

O árbitro do jogo foi Getúlio Barbosa Souza Junior, pertencente ao Quadro da FFMS e também ao Quadro de Aspirante à FIFA, confesso que, não sei se de MS era apenas ele ou se teve outro também. Mas ele por certo foi o primeiro a integrar esse seletivo Quadro Internacional.

Currículo

Formado na Escola de Árbitros da FFMS, o árbitro Getúlio Barbosa Souza Júnior, ingressou no Quadro Aspirante da FIFA, em 1.991, onde ficou até 1.996.

Como integrante da Confederação Brasileira de Árbitros de Futebol (Cobraf), o jogo de estreia dele, foi na partida entre Grêmio x Criciúma e de Porto Alegre, ele desembarcou em São Paulo, onde no Morumbi, ele apitou o jogo entre o time da casa x Bahia.

Ele contabiliza que deve ter atuado em mais de 200 jogos válidos por todas as divisões ou série no futebol brasileiro.

Em MS, ele dirigiu dez decisões e mais duas em Mato Grosso.

Rígido e de pouca conversa, Getúlio Barbosa Souza Junior, não aceitava as costumeiras “reuniões” realizadas entre os jogadores logo após a marcação de uma falta.

Santa Catarina

Orgulhoso, Getúlio sempre se fez respeitar bem como respeitava todos os jogadores e com isso, ele mostrava que em campo, ele era o árbitro e fim de papo.

Ele recordou que, em um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, disputado em Florianópolis, entre os times do Joinville x Caxias, ele fez um “Strike” e teria acabado com a partida, após expulsar 16 jogadores dos dois times, entre os quais, cinco atletas que estavam no banco de reservas.

Mas teve um jogo que pode ter marcado, confesso que não sei de que forma, a vida do árbitro Getúlio Barbosa Souza Junior, que era apontado como “durão”, da antiga Escola de Árbitros, com ele, era “oito ou oitenta” e por via das dúvidas, logo ele mostrava o cartão vermelho e fim de papo.

O jogo disputado no dia 3 de março, de 1.995, foi entre as equipes do Operário VG x Corinthians, uma sexta-feira, com transmissão ao vivo pela televisão. Não recordo qual o canal, mas foi ao vivo o jogo.

Tudo estava dentro da normalidade. Partida muito disputada, jogo difícil, pegado e por isso, o jogador Zé Valdo, zagueiro do Operário, recebeu cartão amarelo. Até ai tudo bem, nada de anormal.

E o jogo continuou muito pegado mesmo e em uma das arrancadas do time corintiano, daquelas verticais, rumo ao gol, mais ou menos na meia lua, o mesmo Zé Valdo, que já havia recebido o cartão amarelo, cometeu outra falta, sendo essa, a chamada “providencial”, para evitar o gol do Corinthians e de novo, o árbitro Getúlio Barbosa, mostrou o cartão amarelo e ao ver que ele já havia recebido um, de imediato, foi mostrado o vermelho, evidenciando a expulsão do jogador.

FINGIU QUE FOI, MAS NÃO FOI

Malandro, mas no bom sentindo, fatos típicos de jogadores “espertos”, como a falta foi quase próxima da linha de fundo, pois na meia lua da grande área do goleiro, até acabar o campo, a distância era curta, mais ou menos uns 15 metros, no máximo.

Getúlio, após mostrar o cartão vermelho ao jogador Zé Valdo, chegou a acompanha-lo para que o mesmo saísse do gramado, mas no meio do caminho Getúlio voltou, para contar os passos para a formação da barreira.

Nesse meio tempo, Zé Valdo também retornou ao campo, mas Getúlio não percebeu e de imediato ele autorizou a cobrança da falta.

Mas ele percebeu os jogadores reservas do Corinthians, pulavam, gesticulavam, o técnico Mário Sergio (In Memoriam), quase foi à loucura.

Na cobrança da falta, o zagueiro Célio Silva autor do gol corintiano no empate, deu um chutão pra longe, pra tentar mostrar ao árbitro, que o jogador Zé Valdo, mesmo tendo sido expulso, deu “migué”, fingiu que foi, mas não foi, e estava ainda, participando normalmente da partida.

Durante a cobrança do tiro de meta, feita pelo goleiro Agnaldo, o meia Tupãzinho, falou para Getúlio a respeito da irregularidade cometida pelo jogador Zé Valdo. Feito isso, ele parou o jogo e esperou a saída do atleta, até que o mesmo adentrasse o vestiário do time.

Nesse caso, até o assistente, Roberto Soares Colman, também não percebeu a volta do jogador, devido ao “bafafá” formado em torno da bola, antes da cobrança da falta, que originou a expulsão do mesmo.

O jogo terminou empatado por um gol e na partida de volta, disputada no Pacaembu, o Timão atropelou a adversário e esse caso foi registrado justamente no ano em que o timão conquistou o primeiro dos três títulos na Copa do Brasil.

Afirmando que esse episódio em nada influenciou negativamente a sua vitoriosa trajetória como árbitro de futebol, tanto que após esse fato, que Getúlio ainda hoje reclama  de na época não ter o VAR, ele continuou apitando por mais seis anos com o mesmo rigor e disciplina e “pendurou” o apito em outubro de 2.001, atuando na partida válida pelo Campeonato Brasileiro, entre os times do Coritiba x Gama.

Times:

OPERÁRIO: Agnaldo; Josenílson, Édson Luís, Jaílson, Zé Valdo, Ado, Marquinho, Vítor (Ferreirinha), Gersinho, Piá e Bijuca.
Técnico: Gil.
CORINTHIANS:
Ronaldo, Valdo, Célio Silva, André Santos, Silvinho, Zé Elias, Marcelinho Paulista, (Hermes), Souza, Elivélton, Fabinho e Marques.

Técnico: Mário Sérgio      

 

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