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Campo Grande, quinta-feira, 07 de dezembro de 2023.

reconhecimento nacional

Equipe de Assistentes Sociais e Psicólogos do CRAS “Mida Barbosa Marques”, no Guanandi teve o devido reconhecimento

Por Gilson Giordano em 18/11/2022 às 15:51

Trabalho social visando os migrantes, realizado pela equipe do CRAS Guanandi, ganhou reconhecimento nacional (Foto: Divulgação)

Equipe de Assistentes Sociais e de Psicólogos do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) “Mida Barbosa Marques”, localizada na Rua Itaguassu, no bairro Guanandi, na região do Anhanduizinho, diante do trabalho apresentado, acabou sendo convidada para participar no 3º Congresso Brasileiro de Psicologia, um dos mais importantes do setor e que aconteceu no transcorrer da semana, na Universidade Uninove, em São Paulo.

Para participar do evento, a equipe inscreveu o trabalho que foi selecionado por uma banca de profissionais devido à sua relevância. Durante quatro dias, os técnicos participaram de rodas de conversa, trocaram experiências e mostraram o resultado de um trabalho que já assistiu, de forma direta, a pelo menos 600 famílias de migrantes em Campo Grande e se tornou referência na Rede Municipal de Assistência Social.

O trabalho ora apresentado vem sendo realizado desde 2.018 e que tem feito a diferença no território da unidade, que abrange vários bairros e adjacências.

O trabalho apresentado é voltado para o acolhimento, que é apontado como importante ferramenta e fundamental no processo de recepção ao usuário da rede de Assistência Social. Além de respeito, uma abordagem de excelência que atenda às necessidades do indivíduo faz com que o usuário sinta confiança nos serviços ofertados.

Diante da riqueza do trabalho apresentado pela equipe de Assistentes Sociais e Psicólogos e com o mesmo em mãos, a Universidade Uninove, de São Paulo, entrou em com a direção do CRAS e formulou o convite à coordenadora, Priscilla Justi, para que a equipe apresentasse o mesmo durante a realização do 3º Congresso Brasileiro de Psicologia, reconhecido como um dos mais importantes do setor.

Convite feito e convite aceito e para São Paulo o grupo viajou tendo os psicólogos Caroline Souza de Matos, Cleberson da Silva Alves e Dhyana Alves Mancilla, além das assistentes sociais Adriana de Lima Neves Aguilera, Leatrice de Castro Maria e a coordenadora do CRAS, Priscilla Justi.

O projeto teve início em 2018, antes mesmo da coordenadora e psicóloga Priscilla Justi chegar à unidade. Ela relatou que a equipe técnica já tinha um estudo em andamento, que indicava um aumento do fluxo migratório de migrantes internacionais na Capital, em especial venezuelanos e haitianos, que, ainda hoje, enfrentam problemas sociais e econômicos em seus países de origem.

A partir de 2021 o trabalho começou a ganhar corpo de maneira efetiva. Como o CRAS está localizado próximo à região central, grande parte deste público buscava apoio na unidade, por isso, pensando em como os profissionais poderiam atuar de maneira mais assertiva na garantia de direitos desse público, os técnicos iniciaram um trabalho mais específico, elaborando atividades coletivas, acolhimento individualizado, produção de material informativo em espanhol e francês e articulação com a rede de proteção (OSCs), Centro Comunitários e comunidades religiosas que atendem e acolhem as famílias migrantes.

A coordenadora da unidade explicou que o primeiro passo foi entrar em contato com as entidades que prestam apoio aos migrantes e estabelecer uma parceria. Dessa forma a equipe pode trocar informações e entender, de forma detalhada, a atuação de cada entidade, além de terem as portas abertas para visitar as entidades e divulgar os serviços oferecidos pela SAS.

“Criamos um grupo no WhatsApp com lideranças e as associações. Enviamos um questionário para verificar o que os migrantes sabiam sobre a rede de Assistência Social do município e o que esperavam dela. Com base nas respostas, pudemos dar um direcionamento ao trabalho, elaborando as atividades”, frisou Priscilla.

Desafios e resultados

A união desta rede de apoio possibilitou o fortalecimento das ações e a troca de informações sobre o papel de cada entidade no que diz respeito ao auxílio das famílias. Toda essa articulação continua sendo importante no acolhimento, já que a maioria das pessoas que são forçadas a sair de seu país de origem chegam ao destino em situações de vulnerabilidade material e psíquica.

Um dos principais desafios foi transpor a barreira do idioma, foi aí que a parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) fez a diferença. A instituição já mantinha um curso de Língua Portuguesa para os migrantes e auxiliou na elaboração de folders orientativos em espanhol e francês, detalhando o funcionamento da rede de Assistência Social.

Também foram organizadas oficinas e ações comunitárias, que ainda acontecem no CRAS para os migrantes. “Eles começaram a se conhecer, fortalecendo um vínculo”, pontuou Priscilla.

Acolhido pela equipe do CRAS, o casal de venezuelanos Carlos Enrique e Maria Elsa Troncosa, chegou à Campo Grande há um ano e meio e atualmente trabalha com a venda de doces e recebe o Auxílio Brasil. Os dois participaram de acolhida das famílias, estudo social, receberam encaminhamentos para acesso à documentação, acompanhamento de saúde e emissão dos laudos e benefícios previdenciários. “Toda vez que necessitamos de assessoria, vamos ao CRAS e somos muito bem atendidos e acolhidos. Todos são muito solidários e dedicados ao trabalho”, ressaltou Carlos Enrique.

Para a psicóloga Caroline Matos, um dos méritos do trabalho é servir como apoio emocional às famílias, além de garantir os direitos desse público. “O projeto fez a diferença porque a busca principal deles é pelos programas sociais, mas eles também se sentem respeitados”, disse.

Atuação

No início da pandemia, em 2020, a Prefeitura de Campo Grande, ainda na gestão do então prefeito Marquinhos Trad, reinventou as ações para atender as demandas da população em situação de rua, incluindo as famílias de migrantes nacionais e internacionais. No entanto, a atual Prefeita, acabou sendo a responsável pela articulação que garantiu a criação de três Unidades de Acolhimento às Pessoas Adultas e Famílias em situação de Rua, que funcionaram nas escolas municipais Padre Thomaz Ghirardelli, no Parque do Lageado e Doutor Plínio Barbosa Martins, no Jardim das Macaúbas, no bairro Centro-Oeste, ambos na região do Anhanduizinho.

Juntas, na época, as unidades atenderam mais de 1,6 mil pessoas. De 2020 até o momento, a Prefeitura prestou 12.713 atendimentos, incluindo acolhimentos para famílias de migrantes nacionais e internacionais em unidades da SAS.

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