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Tudo sobre a região do Anhanduizinho

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Campo Grande, domingo, 01 de dezembro de 2024.

festa de réveillon

Em noite festiva, intensa chuva revela a cor original dos sapatos até então brancos, de um dos integrantes da equipe de repórteres

Por Gilson Giordano em 29/11/2024 às 16:37

Devido ao temporal registrado, a tinta desbotou e os sapatos ficaram iguais aos da foto, totalmente pretos (Foto: Google)

Com a aproximação dos festejos do fim de ano e entre eles, o que no passado foi muito tradicional, o famoso “réveillon”, que de fato, marcou a época de ouro no “high society”, com muito glamour!

O referido período, me leva também ao “túnel do tempo”, não nos “causos” de futebol, mas desta feita, recordando a época de ouro do rádio – AM – na Capital de MS.

Claro que devido à minha avançada idade, não recordo com precisão o ano, mas o dia foi 31 e o mês, óbvio que dezembro, afinal é nesse dia que ainda acontece os festejos, não com tanta “pompa” como era, mas a passagem do ano continua proporcionando os festejos.

Na época, eu era um dos integrantes da equipe da Rádio Difusora, cuja frequência era ZY…não recordo o resto…

E na época, os locutores tinham que ter muita imaginação, criatividade, pois os mesmos não tinham à disposição, as ferramentas modernas tais como as existentes atualmente, o que torna o trabalho diário muito mais fácil e quase robotizado.

Composta por vários integrantes, três deles eram “intrépidos” e gostavam de estar à frente quase que de tudo!

Na época, a Rádio Difusora, ainda AM, tinha um carro Variante, também não recordo o ano, que fazia o “corre” e atendia a emissora transportando o repórter que usando a unidade móvel, entrava ao vivo de qualquer lugar da cidade, enfocando o fato no momento exato do acontecimento.

Aos sábados à noite, os três intrépidos radialistas, com o devido aval ada direção da rádio, faziam as transmissões ao vivo dos mais variados “point” da cidade, onde normalmente eram bem recebidos.

Réveillon

Pois bem, com a chegada do fim de ano, o Rádio Clube, o mais badalado e exigente clube social na Capital de MS, anunciou a festa do seu “Réveillon”, cujo tema era: “A NOITE DO HAVAÍ” e para tanto, foi contratar em Santos (SP), uma super banda, para animar a também super festa.

Também se não me engano, a banda se chamava “Sete Mares”, ou algo assim!

Claro que tal anúncio aguçou a vontade dos três intrépidos radialistas.

Como se sabe, mesmo sendo “Réveillon”, mas com o tema “NOITE NO HAVAÍ”, claro que as roupas deveriam ser a caráter do evento, no caso dos homens, a camisa toda florida, calça e sapatos brancos, pra ficar de fato “Tchan” para a festa que prometia abalar a cidade!

Chegou o grande dia

Finalmente chegou o tão esperado dia 31 de dezembro, até ai tudo bem, mas onde conseguir as roupas e os sapatos para os três radialistas? Pois ainda no período da manhã, eles tinham apenas a vontade de fazer a tão sonhada cobertura, além disso, nada mais!

Solução

Na época, o ex-zagueiro Laércio, que defendeu o Comercial, tinha uma loja de roupas masculinas e como era fim de ano, o mesmo abasteceu o estoque com as tais roupas que foram exigidas como traje na festa “NOITE NO HAVAÍ”.

Ao lembrar desse importantíssimo detalhe, da Loja do Laércio, que ficava na Rua 13 de Maio, entre as Ruas Marechal Rondon e Dom Aquino, os trio de radialistas, se dirigiu à mesma, onde falou com o proprietário e confesso que não sei se fizeram permuta ou se ganharam as roupas como presente do então recém passado Natal, mas todos saíram da loja quase prontos pra  tão sonhada cobertura radiofônica, no mais tradicional clube da cidade, onde para entrar, era  tão difícil ou mais, que entrar no céu!

Eu disse quase prontos, né?

Isso mesmo, pois a loja do Laércio, não comercializava sapatos, principalmente brancos!

E foi um Deus nos acuda, pois as horas teimavam em passar “correndo”!

Dos três, dois deles, não sei como, conseguiram os sapatos brancos, mas ficou faltando um dos integrantes da equipe que era composta por três profissionais.

Afinal faltava apenas um, para que a equipe atendesse as exigências feitas pela diretoria do Clube que a bem da verdade, com muito custo, “aceitou” a tal transmissão radiofônica, mas pra tanto, todos devidamente vestidos dentro do tema escolhido: “NOITE NO HAVAÍ”.

Relógio marcava mais ou menos 13h e o super baile seria iniciado às 23h, portanto, restava pouco tempo para a solução do problema do sapato branco!

Pintar os sapatos

Eis que justamente o integrante que não tinha o calçado da cor exigida, teve a brilhante ideia, de comprar um pouco de cal, dissolver o mesmo em um recipiente com água, usar um pincel e tingir os seus sapatos que eram pretos!

Eureca!  

A ideia foi exposta e aprovada pelos demais e em seguida, o trio saiu em busca da cal, produto encontrado na primeira loja ou casa do ramo de matérias de construções.

Adquirido, o trio voltou à casa do mentor da ideia, colocaram o plano em prática e por volta das 14h, os sapatos que eram pretos se tornaram brancos e já estava exposto ao sol, para a devida secagem da tinta à base de cal.

Por volta das 22h, o trio já devidamente “uniformizado”, com camisas floridas, calças e sapatos brancos, utilizando a Variante, se dirigiram para o Rádio Clube Cidade, pasmem, cujas ruas em seu entorno, estavam interditadas e claro eles se identificaram e com isso, foi permitido o acesso do carro transportando o trio.

Chegaram ao ponto estratégico de onde era possível “puxar” quase que os 200 metros de cabo, realizaram os primeiros testes, tudo perfeito, funcionando dentro do esperado.

Chuva

Mas como não convidaram São Pedro para a devida festa, o tempo até então com céu aberto, todo estrelado, tal como no passe de mágica, se “fechou”, deixando o mesmo com cara de chuva.

Mesmo assim foi possível “romper” o ano no melhor estilho, com muita alegria, boas músicas e tudo mais.

Logo após o festejo da chegada do novo ano, chegou também à chuva! Um verdadeiro temporal!

Sem tempo de ocupar as acomodações do clube e com isso, se livrar da chuva, os trio ficou do lado de fora, se escondendo atras de uma marquise, debaixo de uma pequena cobertura, que mal cabia uma pessoa. Ao lado deles, estava um segurança, mas com a postura de sempre, sem falar com ninguém, estava ali no seu posto.

E tome água! Chuva torrencial mesmo!

Eis que o segurança, do nada, começou a dar gostosas risadas! Ele não se continha dos risos!

Fato esse que chamou a atenção dos três radialistas que também quiseram saber o motivo da graça, pois até minutos atrás o segurança estava super sério.

E quase aos prantos de tanto rir, o segurança apontou para os sapatos de um dos integrantes que, com o respingo da água, começaram a soltar a cal e aos poucos, foi mostrando a verdadeira cor dos sapatos que de branco nada tinha e na verdade os mesmos eram pretos!

Diante do inusitado fato, todos caíram nas mais gostosas gargalhadas, afinal, o ano já havia sido rompido e naquela altura, tudo era festa que rolava solta no salão do clube.

Mas esse fato foi verídico e faz parte da minha história no rádio!

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