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Campo Grande, quinta-feira, 03 de outubro de 2024.
A celebração neste dia 26 de setembro, sendo que o dia 27 do mesmo mês foi o que ficou marcado no país pela tradição da distribuição de doces e balas, em homenagem ao dia de São Cosme e Damião, considerados como padroeiros dos cirurgiões, médicos, farmacêuticos, crianças, barbeiros e cabeleireiros, me remete de novo ao túnel do tempo, do futebol Sul-mato-grossense, linda e inesquecível época, quando ainda existia o estádio Morenão, a imprensa esportiva era forte e muito atuante e de forma geral, foi uma glória pra quem viveu aqueles tempos e por isso, têm muitas histórias a bem da verdade antigas, mas originais e “causos” pra contar.
Eu fui um dos que vivenciou, boa parte da época áurea daquele tempo. Que saudade!
Pois bem, na época, de fato o futebol profissional no Estado de MS e principalmente na Capital, era efervescente. Chegava, sei lá, talvez a uns mil graus de fervura, devido à eloquência dos integrantes das equipes de repórteres tantos das emissoras de rádios que eram três, sendo as rádios Difusora, Educação Rural e Cultura, dos dois jornais impressos, Diário da Serra e Correio do Estado e a TV Morena.
Os integrantes das equipes esportivas desses veículos, causavam verdadeiros “auê”, durante a semana e em dias de jogos, com informações precisas e seguras, atraindo cada vez mais e mais, o número de ouvintes, de leitores e de telespectadores.
Mas o que tem a ver o dia de São Cosme e Damião, com o futebol e a imprensa esportiva da Capital de MS? Essa é a pergunta que você amigo leitor está fazendo nesse momento. Calma de que te explicou.
Operário
Na época, confesso que não recordo o ano especificamente, era dirigido pelo técnico Teotônio, cujo sobrenome também não me recordo. Segundo o Edson do Carmo, o referido técnico foi descoberto em Presidente Prudente e os seus métodos e conduta de trabalho, agradaram a direção do Operário que não pensou duas vezes em contratá-lo.
O técnico Teotônio, a quem os jogadores chamavam de “Tio”, sim, naquela época já era usado esse adjetivo, ele era devoto fervoroso de São Cosme e Damião.
Em dias de jogos do Operário, na época em que os times saiam dos túneis que dava acesso aos vestiários e iam saudar os torcedores, o técnico Teotônio, meio disfarçado, entrava por último campo onde fazia as oferendas aos irmãos gêmeos, jogando grande quantidade de balas, conhecidos por alguns como “caramelo”.
Nessa época, a TV Morena além do programa esportivo diário, tinha também uma baita equipe formada por quatro integrantes que faziam a cobertura de TODOS OS EVENTOS ESPORTIVOS e tinha a frente o saudoso Fábio Rodrigues (In Memoriam), o câmera era o Mandu, o auxiliar de câmera, o Ronaldo Balla, na época muito tímido e bastante risonho e confesso também, que o nome do motorista que transportava esses profissionais, não me recordo. Peso da idade mesmo!
Pois bem, certo dia, em um jogo do Operário, o Fábio Rodrigues viu que o técnico Teotônio, jogava em várias partes do gramado, grande quantidade de balas e diante disso, ele passou a observar o técnico nos outros jogos. Dito e feito! Mesma coisa: o time entrava correndo em campo e ele disfarçadamente, entrava depois e ia jogando balas pelo gramado.
À medida em que ele jogava, o Fábio Rodrigues, assim, na boa mesmo, ia catando as oferendas do devoto Teotônio e juntava muitas balas e depois saia oferecendo para os integrantes da sua equipe bem como os demais cronistas esportivos que estivessem trabalhando na cobertura do jogo.
Quanto à participação do Operário na competição, o time até que vencia, mas como diz o ditado, “não convencia. Ganhava sempre pelo placar mínimo, isso quando não empatava.
Um belo dia, a diretoria do Galo, “enquadrou” o técnico Teotônio, a respeito dos pífios resultados obtidos pelo time e ele prontamente respondeu:
“É que tem integrante da imprensa esportiva recolhendo as oferendas que eu faço aos meus protetores e eles não tem ajudado o time como de fato precisamos”.
Mesmo com essa resposta que poderia ser uma atenuante para a decisão já tomada pelos dirigentes, o técnico Teotônio acabou sendo dispensado pelo Galo e claro, ele saiu culpando o Fábio Rodrigues, que catava as balas oferecidas por ele a São Cosme e Damião.
Detalhe
Confesso que eu não sei, onde que o técnico Teotônio se “encaixava” na lista de padroeiros dos Santos Cosme e Damião que eram de cirurgiões, médicos, farmacêuticos, crianças, barbeiros e cabeleireiros, sendo que ele, era técnico de futebol. Vai entender, ne?
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