redacao@gritoregional.com.br     (67) 9 8175-8904

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

           

Campo Grande, segunda-feira, 27 de novembro de 2023.

causos de futebol

A noite em que goleiro Genivaldo, do Aquidauanense, pensou que tivesse perdido o dedo médio, ao calçar a luva na mão direita

Por Gilson Giordano em 24/11/2023 às 17:02

Ao calçar a luva, claro que não igual a esse par, era outra mais simples, goleio Genivaldo enfiou dois dedos em um só lugar e se assustou (Foto: Iluistração)

Devido ao “mimimi”, como todos sabem, o futebol praticado hoje em dia se tornou uma modalidade bem chata, onde os jogadores praticantes não podem mais aplicar as famosas “canetas”, “chapeuzinho ou bonezinho”, nem pensar, pois quem levou tais dribles desconcertantes logo quer brigar. Recentemente, pelo fato d’eu ter chamado um time de futebol feminino de “bisonho”, me xingaram, me ameaçaram até de processo, sem que a “turma” ao menos soubesse o significado de tal adjetivo. Mas, sei lá, eu acho que passou, acabou, enfim, vivamos a vida.

Mas como eu dizia, hoje o futebol perdeu a graça e a prova disso, são as “surras” que a seleção brasileira anda levando nos jogos válidos pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2.026.

Foi-se o tempo em que o futebol além da sua prática saudável, era também muito divertido com os mais variados “causos” aprontados por centenas de jogadores e que hoje, são contados nos mais diversos “Podcast” espalhados principalmente no eixo Rio-São Paulo, com os apresentadores conversando com ex-jogadores e esses, contam os mais  variados e hila´rios “causos”, principalmente a dupla Vampeta e Amaral, dois  convidados dos mais famosos.

Aliás, em Campo Grande, eu mesmo tive em uma tv de canal aberto, o programa chamado ‘Conto de Boleiros” e nele, eu convidava os ex-jogadores que contaram os mais variados e engraçados “causos”, vivido ou praticado por eles, na época de ouro do futebol brasileiro.

Hoje, as histórias vividas naquela época, não são nem de longe, mas muito longe mesmo, enfrentadas pelos atuais jogadores.

Aquidauana

O “causo do futebol” que contarei, aliás nem foi por mim presenciado e sim pelo meu amigo Amauri Ponciano (In memoriam), fato esse registrado no estádio Pedro Pedrossian, famoso Morenão que hoje, eu acho que nem existe mais, pelo menos para a prática do futebol, né?

Pois bem, na década de 80, não me recordo especificamente o ano, o campeonato estadual era muito disputado! Também pudera, na época o time campeão participava da Taça de Ouro e o vice, da Taça de Prata, então a coisa era de fato “pauleira”, mesmo, mas no bom sentido.

Entre os participantes, tinha o bom time do Aquidauana, não me recordo bem, se era esse nome mesmo ou Aquidauanense, bem isso não importa e o que de fato importa é que o referido time tinha em seu elenco jogadores de qualidade, como Dufles, Tampinha, Miguelzinho, sendo esse bem depois, mas batia que era uma barbaridade, mas pessoa da melhor qualidade, fora de campo, porque dentro era angico puro.

Eu nunca cheguei a ver, pois normalmente eu cobria o time da Capital que faria o jogo contra o time da Princesa do Sul e com isso, não via a hora da chegada e nem da partida, mas dizem que a delegação vinha de Kombi e confesso que não sei se é ou não verdade essa forma de translado.

E nessa gama de bons jogadores, tinha o goleiro Genivaldo, a quem eu chamava carinhosamente de “Geni” e ele prontamente atendia, de forma sorridente e cordial.

Pois bem, noite de quarta-feira, claro que não recordo a data especificamente, mas o Morenão como era comum na época, com ótimo número de torcedores e o jogo foi contra o Operário, do técnico Carlos Castilho.

Time do Aquidauana ou Aquidauanense pronto, prontinho para descer a escadaria do túnel que dá acesso ao campo, onde os jogadores entravam meio que “troteando”, mas para tanto, faltava ainda o goleiro Genivaldo e um dos integrantes da comissão técnica foi atrás do mesmo, pra ver o que teria acontecido.

Chegando ao departamento onde o time fazia o aquecimento, ele encontrou Genivaldo devidamente uniformizado, inclusive com as luvas já calçadas, mas estava chorando de forma desesperada e gritando que havia perdido um dos dedos.

“Perdi o meu dedo médio!” E chorava!

Isso chamou a atenção de todos, inclusive dos jogadores que estavam pronto para descerem a escadaria, mas que voltaram pra ver o que havia de fato acontecido com o goleiro titular do time que continuava chorando e gritando: “Perdi o meu dedo médio”.

Inquieto, ele não parava e circulava de um lado para o outro e gritava: “perdi o meu dedo médio”!

E ao falar isso, Genivaldo, pra mim “Geni”, afinal éramos amigos, ele apalpava, na luva da mão direita, o local onde deveria entrar o dedo médio, mas que de fato estava “vazio” mesmo e isso chamou a atenção de todos do time que prontamente tiraram a luva do goleiro pra ver o que de fato havia acontecido.

Um dos jogadores segurou firme a mão direita do goleiro Genivaldo, sendo que este dizem que até virou o rosto, para não ver em detalhes, o que havia acontecido na mão dele.

O Outro, com todo cuidado, desprendeu a luva e foi tirando bem devagar e ele chorava e perguntava: “E agora, o que eu faço sem o dedo médio da minha mão direita?”

E o pessoal que estava prestando socorro, sob os olhares incrédulos dos demais jogadores, fazia o procedimento com o maior cuidado até que, finalmente a luva foi retirada e de imediato foi feita a contagem dos dedos e com isso, constatou que a mão tinha os cinco dedos e que não faltava nenhum.

Pois segundo o Amauri Ponciano (In Memoriam), o que aconteceu foi o seguinte: Na hora de calçar as luvas, Genivaldo enfiou os dois dedos – anular e o médio – em um só local da luva e com isso, claro que o outro ficou vazio, dando a impressão que ele não tinha dedo.

Refeito do susto, Genivaldo calçou de novo a luva e com ele “bom”, finalmente o time entrou em campo. Bem quanto ao placar, também não me recordo, afinal esse fato aconteceu há quase uns 40 anos. Faz tempo né?

0 Comentários

Deixe o seu comentário!





Exibir botões
Esconder botões