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Campo Grande, domingo, 26 de novembro de 2023.
Alan Lários Lezo (e) sempre solicitado para as decisões ao lado de Júlio do Campo Nobre (Foto: Arquivo)
Como se sabe claramente que, no futebol amador não existe ainda a “incomoda” presença do VAR e com isso, normalmente a culpa por um ou outro fracasso de um time, como sempre, acaba muitas vezes tendo o árbitro como o principal culpado e se caso tivesse a ajuda eletrônica, o erro poderia ser atribuído ao mesmo, no entanto…
Por isso, normalmente os árbitros se tornam alvos constantes das críticas e ataques até mesmo no futebol amador, onde num passado já distante, alguns chegaram a ser agredidos, por jogadores de má índole que, para justificar o fracasso na modalidade com a falta de técnica e habilidade, tentavam descontar nos árbitros.
Mas a partir do momento em que foi fundada a União Esportiva de Futebol Amador (UEFA-MS), essa covardia evidenciada através das agressões acabou, pois conforme o regimento da entidade, o regulamento adotado pela mesma tem, ao que tudo indica, apenas artigo único: “Agrediu o árbitro, o agressor é automaticamente eliminado da competição e nos campeonatos coordenados pela entidade o mesmo é proibido de ser inscrito por qualquer uma das equipes participantes. Ponto Final!
E o artigo acabou sendo útil, pois hoje em dia, dificilmente se ouve tal tipo de comentários que na verdade não denegria apenas o jogador, mas sim o ser humano pelo ato bestial da agressão.
A exemplo dos jogadores que disputam os campeonatos de futebol amador espalhados pelos bairros e vilas da Capital de MS, os árbitros também, como se sabe, mesmo recebendo o valor correspondente à taxa de arbitragem, os mesmos não são profissionais e todos, tal como os jogadores, exercem suas profissões paralelas durante a semana e aos domingos, se dedicam à atividade esportiva e nesse caso o futebol.
Mesmo não sendo profissionalizados na categoria e recebendo apenas um valor “irrisório” das taxas de arbitragens, é também inegável que no fim do mês, os valores somados rendem uma boa quantia aos árbitros que de certa forma, os valores pagos acabam sendo “bem-vindo” e ajudando e muito nas despesas familiares.
Não é segredo pra ninguém, quanto ganha um árbitro, apitando os jogos nos campeonatos de futebol amador.
Mesmo tendo duas entidades paralelas ao Sindicato dos Árbitro de MS (Sindárbitros), no caso a Liga de Arbitragem da Região do Prosa e Adjacência (Larpa) e do Grupo de Árbitros formados pelo ex-árbitro Hélio Correa, os árbitros filiados nessas entidades recebem praticamente o mesmo valor, sendo que no caso dos árbitros sindicalizados, que normalmente integram o Quadro de Árbitros da FFMS e com isso, dirigem os jogos válidos pelos campeonatos organizados e promovidos pela referida entidade e entre eles no futebol profissional que de certa forma, dá um destaque a mais diante dos demais, pois na FFMS os árbitros são divididos em várias categorias, gerando mais “status”, pelo fato de os integrantes do Quadro Especial, muitas vezes atuarem em competições nacionais, como os Jogos da Copa do Brasil e nos Campeonatos Brasileiros das Séries B,C e D e muitas vezes são requisitados para atuarem em jogos de outras federações.
No entanto mesmo com o “Know-how”, adquirido com essa bagagem, no futebol amador todos se tornam iguais e nem por esse motivo um ou outro, ganha mais, pois o valor da taxa de arbitragem já é estipulado tão logo são abertas as inscrições.
Normalmente o valor da taxa recebido pelos árbitros é de R$ 80,00, mas pode variar de um campeonato para o outro. A partir do momento em que os campeonatos avançam de fase, o valor da taxa é aumentando, podendo chegar ao valor de R$ 100, por jogo.
Nos campeonatos de futebol amador quem define a indicação dos árbitros são as próprias entidades com quem o responsável da competição fechou parceria.
Nos jogos é comum ver em campo de terrão, alguns árbitros conhecidos e de renome estadual e nacional, como por exemplo de Alan Lários Lezo, que na maioria das vezes é um dos mais solicitados para dirigir jogos, principalmente os das decisões.
Mas a exemplo dele, todos os demais também passaram pelos bancos da escola e a maioria absoluta, passou pelo mesmo processo: formados em Educação Física ou frequentaram cursos específicos para a formação de Árbitros de Futebol.
Além desses cursos superior ou técnico, o processo para se tornar um excelente árbitro de futebol tem caminho longo para chegar ao “status” de ser o ou um dos melhores. Devidamente formados, começam as partes mais difíceis como por exemplo os exercícios de alto rendimento e para tanto, a saúde deve ser perfeita, não possuir restrições físicas ou cardiológicas. Após concluir a formação, os candidatos seguem um regulamento e nele constam as condutas éticas e profissionais, além da postura fora de campo.
Sindárbitros-MS
Tendo à frente Ernani Silva como presidente da entidade, o Sindicato de Árbitros de MS (Sindárbitros-MS) se consolidou como uma das mais atuantes entidades esportivas, norteando em todos os sentidos, os seus filiados.
Mantendo sempre a atenção com os filiados, a entidade mesmo após o encerramento do Campeonato de Futebol Profissional, em abril do corrente ano, manteve as atividades dos seus associados, com realização de treinamentos físicos e a reciclagem.
Atualmente o quadro de associados do Sindárbitros, consta com 393 árbitros, devidamente capacitados e atualizados com as alterações que ultimamente se tornaram rotina nas 17 regras de futebol.
O período de atualização, ou reciclagem é feito quinzenalmente, através de vídeo conferência, quando são atualizados e debatidas as possíveis alterações que, caso tenha acontecidas em alguma das 17 regras.
Mesmo o campeonato de futebol profissional sendo encerrado em abril passado, nada mudou no quadro de associados do Sindárbitros que através de preparadores experimentados mantém os treinamentos físicos que são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, das 11h30 às 12h30, no estádio Morenão.
Com o início da 2ª Liga Terrão Estadual, promovida e organizada pela UEFA-MS, o presidente da entidade, Ernani Silva praticamente disponibilizou todo efetivo do quadro para atuar nos jogos que serão disputados em 25 municípios do Estado e entre os 393 filiados na entidade, quem não estiver escalado para apitar em outras competições, atuarão na competição que está prestes a entrar no “Guinness Book”, como o maior campeonato de futebol amador disputado no mundo, de acordo com as regras definidas pela entidade promotora.
Praticamente no campeonato acima mencionado, quase todos os árbitros inscritos no sindicato serão escalados nos fins de semana.
Com base nos números de jogos disputados apenas na Capital, onde a competição é realizada em oito campos, sendo quatro na região norte e quarto na região sul, totalizando 32 dois nas duas região, terá a atuação de 64 árbitros, pois a cada rodada com quatro jogos, serão designados dois árbitros.
Além da Capital de MS, mais oito municípios têm polos com árbitros devidamente sindicalizados e entre eles, apenas na cidade de Naviraí que ainda não está incluída como participante da Liga Terrão, promovida e organizada pela UEFA-MS.
Árbitros do interior e que são devidamente sindicalizados, também enfrentam a dura bateria de treinamentos físicos e técnicos (Foto: Facebook)
No interior as cidades polis são: Aquidauana, Miranda, Corumbá, Dourados, Rio Brilhante, Sidrolândia e Três Lagoas que durante os jogos da 2ª Liga Terrão Estadual, terão nos jogos disputados, os árbitros locais. Tem ainda o polo de Naviraí.
Exceto a cidade de Naviraí, as outras serão cidades sedes da 2ª Liga Terrão Estadual e com isso, os árbitros nelas residentes, poderão mostrar ao longo da competição suas atuações nos jogos em que forem, claro, escalados pelo sindicato e com isso, poderão também, após o encerramento da fase classificatória, podendo, dependendo da distância, serem designados para atuarem em outras cidades.
Além dos 393 árbitros, o sindicato da categoria tem em suas fileiras, 15 árbitras e conforme o presidente Ernani Silva, as mesmas estão igualmente capacitadas para atuarem nas partidas da competição iniciada no fim de semana passado e que poderá fazer jus ao pomposo título do “Guinness Book”, de fato como o maior campeonato de futebol amador do mundo!
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