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Campo Grande, terça-feira, 08 de abril de 2025.
Sempre sem as luvas, Manga fazia questão de exibir os dedos tortos das mãos,marcas deixados pelo futebol (Foto: Arquivo)
Tristeza no futebol, pois o lendário goleiro Manga, nos deixou nesta terça-feira, quando ele foi “vazado” pela terrível doença.
Quando ele jogou ao Operário, eu não morava ainda em Campo Grande. Naquela época, eu morava em Belo Horizonte, mas tão logo aqui cheguei, tomei conhecimento, não apenas das suas portentosas defesas, bem como algumas das suas ‘estórias” vividas extra campo.
Uma delas, foi contada pela minha irmã Genilce, (In Memoriam), que naquela época, trabalhava na Viação Aérea São Paulo (VASP), onde ele ia quase que às segundas-feiras, quando os jogos eram no “antigo Morenão” – que hoje também não existe mais – e claro, para comprar passagem.
No balcão, segundo minha irmã me contou, ele pedia a passagem ida e volta, sendo que o retorno, dependendo da data do jogo do Operário, ele voltava com um dia de antecedência.
Quando ele chegava à agência, que ainda era na Rua 15 de Novembro quase com a Calógeras, o pessoal já ficava ligado, pois normalmente dava uma espécie de “desentendimento”, pois ele queria a passagem, normalmente para Recife, sendo que a mesma, era para o então diretor do time, Irineu Farina pagar e após muito papo e como ele era o “astro” do momento no futebol brasileiro e que jogava em Campo Grande, que anda não era a Capital de MS, pois naquela época, o Estado de Mato Grosso ainda não havia sido dividido, tão logo pegava a passagem, ele ia embora.
Pelo fato de não tê-lo conhecido, mas mesmo fiquei sabendo por outros, que ele seria viciado em carteado.
De onde ele estivesse, ainda conforme os comentários que eu ouvi, ele ligava para o diretor de futebol Irineu Farina e dizem que ele falava o seguinte:
“Manguinha, está aqui em (cidade) e está sem dinheiro para voltar. Mande a passagem ou então eu não vou jogar nessa partida contra o (nome do time)”.
Quem me contou essa passagem do lendário goleiro Manga, disse que a princípio, a diretoria do Operário ficava um tanto revoltada com a atitude do goleiro, mas acabava cedendo ao pedido do mesmo e ele então voltava e no dia do jogo, simplesmente rebentava na partida, praticando defesas com certo grau de dificuldades e quase que impossíveis.
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