Tudo sobre a região do Anhanduizinho
Campo Grande, quarta-feira, 31 de janeiro de 2024.
Com medo, da janela a moradora mostra até que altura que a água subiu com o transbordamento do Córrego Bálsamo (Foto: Arquivo)
Não são apenas as oito famílias “residentes” nos barracos localizados na Avenida Guaicurus, próximo à entrada para as Universitárias II – COHAB – na região do Anhanduizinho, que ficam em alerta ou de prontidão no período chuvoso. Os integrantes da Defesa Civil do Município, também “entram” em estado de alerta devido à gravidade do problema existente e o risco que os moradores correm.
Conforme as informações da Defesa Civil, o local com uma área de pouco mais de 40 metros de cumprimento, é habitado por oito famílias, totalizando aproximadamente 16 pessoas. Em apenas um dos barracos moram dois casais, um adolescente e mais cinco crianças.
Apesar dos constantes riscos diários, independente do período chuvoso ou não, sendo que nele os perigos aumentam, no local existe a “líder” que atende pelo prenome de Elizabeth, que é a porta-voz dos moradores.
Sem a mínima infraestrutura, as pessoas que ali residem, conforme as informações, alguns dos homens têm como fonte de renda o dinheiro vindo da coleta de material reciclável e algumas das mulheres trabalham como diaristas.
O lixo colhido nos barracos é jogado no leito do Córrego Bálsamo, onde também os moradores da localidade fazem as suas necessidades pessoas e a higiene diária, contribuindo ainda mais para o assoreamento.
As famílias estão a pouco menos de 30 metros de distância da barranca do córrego que, a cada chuva avança mais e os barracos correm o risco de serem engolidos pelo Bálsamo.
DENÚNCIAS
Diante da gravidade do problema, a Defesa Civil do Município já encaminhou diversos ofícios e relatórios para as Secretarias de Assistência Social (SAS), Governo (Segov), Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e para a Empresa Municipal de Habitação (EMHA), solicitando providências para a retirada dos moradores da referida localidade.
EMHA
Na EMHA foi descoberto que, algumas das pessoas que residem no local, já foram contempladas com casas que posteriormente venderam e, com isso, entraram na fila de novo, no sentido de repetir o feito anterior: ganhar a casa, vender novamente e, posteriormente, voltar a morar nos locais impróprios e proibidos, tal como no momento.
BOMBEIROS
Segundo a Defesa Civil, nesse período de chuva e quando é mais intenso, seu responsável aciona o 3º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, localizado nas Moreninhas, que desloca uma guarnição para o local, para qualquer eventualidade. No entanto, até o momento ainda não foi preciso uma ação mais enérgica, no sentido de salvar alguns dos moradores.
PERIGO CONSTANTE
Na parte da frente das casas, passa a Avenida Guaicurus, uma das mais movimentadas da Capital, com fluxo altíssimo durante o dia todo. Nos fundos dos barracos, está o Córrego Bálsamo, que pertence á Bacia do mesmo nome e atende uma área de captação hidrográfica de 13,3 quilômetros quadrados.
Da bacia, sai o Córrego Bálsamo, cuja extensão é de 8,8 quilômetros, com grande risco de inundação devido à grande fluidez do volume de água pluviométrica do córrego. Também existe o risco de enxurradas, pois o escoamento superficial é de alta velocidade e energia, provocadas por chuvas intensas e concentradas, com precipitações de 38 milímetros, o que possibilita o córrego chegar a quatro metros.
As enxurradas, conforme o levantamento feito por equipes, sai do Jardim Monte Alegre, localizado no Bairro Centenário e segue pela Avenida Guaicurus, inundando a referida avenida na entrada para as Universitárias II – COHAB – e, com a subida das águas do córrego, as casas ficam alegadas, colocando em risco os moradores.
“Com essas chuvas constantes é perigoso o barranco engolir as casas e isso está perto de acontecer, pois na chuva mais recente, as casas foram inundadas”, disse um dos integrantes da Defesa Civil.
Seguindo o seu leito normal, o Córrego Bálsamo percorre ainda uma distância aproximada de 800 metros, até desaguar no rio Anhanduí.
MORADORES
Nos barracos, os moradores têm conhecimento do perigo eminente, no entanto, de forma uníssona, eles dizem que não tem para onde ir, pois o que ganham não dá para pagar aluguel, água e luz, além da alimentação e que, portanto, vão permanecer no local.
0 Comentários
Os comentários estão fechados.