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Campo Grande, sábado, 25 de novembro de 2023.

"Causos" do Futebol

O dia em que o lateral esquerdo Edson, não assinou o contrato devido a “diferença” entre meio milhão e quinhentos mil

Por Gilson Giordano em 20/07/2020 às 15:10

Mesmo não sendo setorista na Vila Olímpica, campo de treinos do Comercial, o jornalista ficou sabendo de algumas e outras. na Vila Olímpica

Ainda em ritmo da pandemia causada pelo coronavírus covid 19, vamos que vamos!!

Bem, hoje no “Causos do Futebol”, contarei uma que aconteceu no Comercial  e mesmo não sendo setorista do time colorado, mas ficava sabendo de alguma ou de outra, que acontecia na Vila Olímpica, localizada na Rua Brilhante e que hoje, resta apenas saudades!

Pois bem, como faço questão de frisar, os “causos’ contados aqui, foram registrados a maior parte deles, na década de 80 e quem lê as mesmas hoje, pensara que é conto de ficção, mas não é!

Existe uma diferença abissal entre o que acontecia naquela época e o que acontece hoje.

Naquela época, os jogadores eram mais técnicos e muitos deles conquistaram ate mesmo o honroso apelido de “craque”, adjetivo esse que hoje em dia, dificilmente se ouve ou ler sobre um ou outro jogador da atualidade.

Com uma diferença, os jogadores daquela época falavam apenas um idioma e os de hoje, falam no mínimo três, os de hoje, sabem valor do dólar, iene, o renminbi, moeda usada na China, para onde está indo a maioria dos jogadores brasileiros e até do euro.

Pois o “causo” que relembrarei aqui, envolve grana e na época era o cruzado.

Edson

O “causo” de hoje tem como personagem o lateral esquerdo do Comercial, Édson e para os íntimos, “Edson Charuto”, confesso que não sei o porquê do apelido.

Pois bem, Edson não sendo lá tecnicamente, um craque, mas era um jogador vigoroso e dava muito sangue pelo time (termo também muito usado na época), preenchendo muito bem o setor esquerdo do time, que teve também Toni Gato, ex-Palmeiras.

O vínculo com o Comercial estava perto de acabar e o time, sob o comando do técnico Vicente Arena, que hoje mora ao lado de Deus, estava muitíssimo bem no campeonato e atendendo ao pedido do treinador, a diretoria colorada tratou de renovar o contrato do jogador.

Uma bela tarde, na sala do presidente, Mário Duailibi, que tinha como diretor de futebol Renato Freire, que hoje também mora com Deus, pediram para o Gandula, um funcionário do clube e que hoje é Pastor Evangélico, para ir chamar o Edson Charuto.

Gandula sempre atencioso com todos, sujeito alias muito educado mesmo, se dirigiu ao barracão onde estavam todos os jogadores se trocando para o treino da tarde e chegando ao local, pediu pra “charuto” – de gozação pois ele não gostada do apelido – subir, pois o Presidente do clube e o Diretor de Futebol queriam falar com o mesmo.

Edson “charuto” prontamente atendeu a comunicação e se dirigiu à sala da Presidência e lá chegando, os diretores pediram para o mesmo se assentar e este pelo fato de estar pronto para o inicio do treinamento, relutou, mas acabou sentando e então começaram a abordar o assunto RENOVAÇÃO DE CONTRATO.

Vale destacar que na época eram os próprios jogadores que discutiam as bases contratuais e não tinha o “intermediário”, conhecido como empresário.

Na reunião, o  primeiro a falar, foi o presidente do clube,  Mário Duailibi, que agradeceu a dedicação do jogador em defesa do clube e em seguida, fez a proposta.

Mário Duailibi:Edson, eu como presidente do Comercial, agradeço a sua dedicação pelo clube e, além disso, pelo futebol que você está apresentando, queremos renovar o seu contrato”.

Edson Charuto: “Muito obrigado presidente eu também fico satisfeito por defender um grande time de futebol tal como é o Comercial e não medirei esforços para conquistarmos o título de campeão estadual”, afirmou o jogador.

De volta com a palavra, o então presidente do Clube, Mário Duailibi, apresentou a proposta.

Mário Duailibi: “Por mais um ano de contrato, o clube te oferece QUINHENTOS MIL CRUZADOS!”

Edson: “Negativo. Nada feito! Se não for por MEIO MILHÃO DE CRUZADOS, não assino e também não fico mais no Comercial. Agora vocês vêem ai, caso queira me pagar MEIO MILHÃO DE CRUZADOS eu fico, se não, vou procurar outro time”.

Sem falar que os dois valores eram iguais, os dirigentes tentaram, mais uma vez e sem acordo, Edson deixou a reunião e voltou desta feita para o campo, onde estava o resto do elenco pronto para o inicio do treino e lá, claro, todos queriam saber o motivo da reunião e Edson com muita raiva logo foi revelando:

Me chamaram pra renovar o contrato, mas querem me pagar apenas QUINHETOS MIL CRUZADOS e eu disse que só renovo POR MEIO MILHÃO DE CRUZADOS”.

Claro que todos, percebendo a infantilidade do jogador, deram total apoio ao mesmo! Mas que depois, após as devidas explicações, acabou assinando.

Assim eram os bastidores do futebol naquela época. Agora em campo, não tem nada a ver com o hoje, pois se via muita técnica e muito brilho.

Bem, Mário Duailibi, se não me engano mora em Cuiabá, Renato Freire mora ao lado de Deus e Edson “Charuto” voltou para a terra natal, a cidade de Pato Branco, interior do Paraná.

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