redacao@gritoregional.com.br     (67) 9 8175-8904

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

           

Campo Grande, sábado, 16 de dezembro de 2023.

"Causos" do Futebol

Atacante Índio, do Operário, só faltou mandar chover na partida diante do Grêmio, no ainda estádio Olímpico

Por Gilson Giordano em 24/07/2020 às 15:31

Mais uma incrível “estória” vivenciada pelo excelente atacante Índio, no memorável jogo contra o Grêmio RS

Aproveitando o que no começo foi chamado de “quarentena” e agora já se aproximando de uma “centena”, causada pela pandemia do coronavírus covid 19, vou aproveitando o tempo, pra tentar manter viva as lindas “estórias” e “causos”, vivenciados como jornalista esportivo, mais especificamente na Capital de MS, onde durante  longos e inesquecíveis anos, fui setorista do Operário FC.

Os “causos” ou as “estórias” aqui descritas repito que não são obras de ficção e as mesmas são sim, obras de não ficção, fatos reais e a prova disso que o Cleiton Ferreira, presidente da União Esportiva de Futebol amador (UEFA-MS) e o diretor financeiro, Júlio do Campo Nobre, não duvidam das mesmas, mas ficam um tanto “cabreiros” com tanta ingenuidade ou infantilidade demonstradas pelos jogadores das décadas de 80 e 90.

Nessas décadas, a brincadeira mais comum entre os jogadores dos elencos, quando um ou outro time viajaria, era tirar sarro no jogador que havia “subido” para o time principal e no aeroporto, perguntavam se ele havia levado na bagagem a “calça plástica”. Essa era a maior gozação feita naqueles felizes anos e temos que manter parte dessa “estória” viva.

Índio

Sob a presidência de Osvaldo Durães, que pra mim foi o melhor presidente em toda a história do glorioso clube, o Galo disputou, várias competições nacionais, mas confesso que não sei mais qual foi esse Campeonato Brasileiro, pois foram tantos e em cada um promovido pela CBF, era inventado um nome diferente para o mesmo.

Pois bem, nessa competição, eu recordo entre outros adversários do Operário tinha o Grêmio de Porto Alegre, com jogos ainda no estádio Olímpico e agora devido à modernidade, se chama “Arena”, o Paraná Clube, com jogos no estádio Durval de Brito, em Curitiba e a Ponte Preta, com jogos no estádio Moisés Lucarelli. Como se sabe, o Galo jogava no Morenão. Época de casa cheia!

Da competição, confesso que não recordo mesmo o nome, se classificavam os oito melhores times que se juntariam aos “maiores” do país, pois na ocasião havia muita rivalidade entre o futebol, clubes, patrocinadores, TV e a CBF ficava à mercê dos times.

Das competições nacionais, entrava o campeão estadual, mas a CBF não AJUDAVA EM NADA! O Clube que tinha que arcar com as despesas de translado, hospedagem e alimentação.

O elenco do Operário era certinho e muito bom mesmo e tudo levava a crer que uma das oito vagas seria do Galo Sul-mato-grossense que acabou ficando fora por três pontos.

Após o jogo em Curitiba, onde o time perdeu por 1 x 0, gol do  ponteiro esquerdo  Sílvio, após uma falha gritante do goleiro Rogério, do Galo, que  sempre “espalmava” a bola para o meio da área, a delegação  seguiu de ônibus para Porto Alegre, onde uma quarta-feira, enfrentaria o Grêmio.

Como se sabe, quando jogam Grêmio ou Inter, os estádios de ambos ficam “abarrotados” de torcedores, independente de quem seja o adversário.

Alias, a torcida do Grêmio há muito tempo tem um “Q” contra o Galo, devido aquele gol de bicicleta marcado por Everaldo, no mesmo estádio Olímpico, no também memorável empate em três gols.

Talvez essa lembrança tenha sido um motivador a mais, para o jogo ter casa cheia, Operário em campo, começa o jogo e que jogo, um daqueles que fica de fato na memória de todos.

Naquela memorável noite quando todos os Deuses do Futebol estavam de plantão no estádio Olímpico, um deles se “encarnou” no jogador Índio, que simplesmente barbarizou. O Galo perdeu por 2 x 1, mas foi a noite do Índio.

Com certeza, caso a partida tivesse mais cinco minutos, ele faria chover em Porto Alegre.

Intervalo

No intervalo do primeiro para o segundo tempo, todos os jornalistas correram para entrevistar Índio, devido à fantástica partida feita por ele naqueles 45 minutos iniciais.

Ele marcou o gol, cabeceou no travessão, deu passe – agora chamado de assistência – enfim fez de tudo!

A pergunta foi clássica e todos queriam saber se o futebol dele era o mesmo que foi mostrado no primeiro tempo.

Repórter: “Índio, você sempre tem essa mesma qualidade técnica durante os jogos e  que foi mostrado nesse tempo inicial?”

Após tirar o suor do rosto com uma das mãos e assoar o nariz, limpando o mesmo na camiseta, ele calmamente respondeu:

Índio: “Eu não estou acostumado com esse ROSEFLOR, lá em Campo Grande, é diferente e esse ROSEFLOR, tem me atrapalhado em muito”, respondeu o jogador.

Sem saber do que se tratava – ROSEFLOR – o pessoal foi me perguntar e eu também fiquei sem saber o que era aquilo.

Depois do jogo, no vestiário, fui conversar com ele, “calmamente” e matei a charada!

O ROSEFLOR dito por ele eram as luminárias do estádio que ao contrário do Morenão, pois La não tinha as torres e no Morenão tem, causando um pouco de sombras dentro de campo.

Esse ou assim se comportava o excelente centroavante Índio, que infelizmente, nunca mais fiquei sabendo por onde anda.

0 Comentários

Os comentários estão fechados.

Exibir botões
Esconder botões