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Campo Grande, terça-feira, 19 de dezembro de 2023.

"Causos" do Futebol

Ao jogar o charme e dar uma de galanteador, Jorge Luís, ex-Galo, perdeu também a posição de titular no time

Por Gilson Giordano em 22/07/2020 às 10:38

Com cara de mau, mas com um grande coração, Fidélis também escreveu sua trajetória na rica história do futebol de MS (Foto: Arquivo)

Sem ajuda e a devida conscientização da população e com isso muito menos apresentando um declínio nos números apresentados pelas autoridades sanitárias, a respeito da erradicação do coronavírus covid 19, aproveito a “folga” para contar mais um “causo” registrado no futebol de MS e como sempre, a maioria deles, envolvendo os jogadores do Operário, onde durante alguns anos, fui setorista.

Naquela época, ainda existia a poli esportiva, local esse que muitos jovens de hoje, não sabem nem onde fica e eu de novo explico: a poliesportiva estava localizada na saída para Aquidauana.

Causo

Mas vamos ao “causo”. Sábado ensolarado ocasião em que o técnico Fidélis programou um treinamento recreativo, claro que no período da manhã.

Aquele treino sem nenhuma responsabilidade, até mesmo para evitar alguma contusão mais grave e na verdade, a movimentação era mais pra relaxar os jogadores relacionados para o jogo de domingo e motivar os que estavam fora da lista.

Na época, por volta de 1.986, muitos jogadores, a bem da verdade, a maioria deles não tinha carro e o mordomo João Garcia, não gostava muito de “lotar” a Kombi com os boleiros, pois na mesma, apesar do espaço, não pra todos, mas ele levava os uniformes, chuteiras, bolas, as faixas entre outros, para o treino.

Sem carro, a maior parte dos jogadores, caminhava da Casa do Atleta Carlos Castilho, na Bandeirantes, até a Avenida Afonso Pena,  um pouco acima da Casa da Indústria, onde o “pessoal”, aguardava o “buzão” que tal como hoje, demorava e muito também.

Finalmente o buzão passava e claro, o pessoal embarcava pela porta traseira e a turma ficava por ali mesmo, sacaneando ou contando outros “causos”.

Era uma viagem! E os jogadores para chegarem à poliesportiva no horário previsto para o inicio do treino sempre às 8h, tinha que “madrugar”, pois o ônibus entrava pela Vila Popular, dava toda a volta e depois que parava em frente à poliesportiva e para chegar ao barracão, era mais ou menos uns 200 metros de caminhada.

Parque Aquático

Naquela década, a diretoria até tentou construir na parte vaga existente, um Parque Aquático e no local, foi construída uma enorme e linda piscina, semi olímpica, tinha uns dez ou 12 quiosques, uma lanchonete para atender os freqüentadores do local.

O lateral esquerdo Jorge Luís, até então titular absoluto no time foi um dos primeiros a chegar. Uns dez ou 15 minutos depois, chegou o técnico Fidélis.

Quando Fidélis chegou, Jorge Luís já havia se trocado e em seguida, desceu para o campo de treinamentos, mas tinha que passar pelo Parque Aquático e eis que, quando o mesmo vai descendo, ele viu na beira da piscina, uma mulher “tomando” banho de sol e nela, ele chegou, todo “galã”, conquistador…

Os jogadores que já estavam no campo de treino logo comentaram: “Ih, olha o negão, dando uma de conquistador barato” e foi aquela gozação.

Depois de uns cinco minutos, o técnico Fidélis deixou o galpão e também se dirigindo para o campo de treinamento, viu a cena e foi à piscina, onde Jorge tentava puxar conversa com a mulher. Enquanto isso, os jogadores no campo, só de olho!

Fidelis chegou, conversou diretamente com o jogador Jorge Luís e este em seguida se levantou e rumou para o campo e ao chegar ao local, claro ele foi muito sacaneado com os outros falando:

“Pô negão, você mais novo, mais bonito, atleta e perdeu pro Fidélis? Essa não! Você não esta com nada mesmo, hein?”

E Jorge Luís curto e grosso respondeu o seguinte:

“Ela é a mulher do chefe!”

A partir daquele dia, já no chamado “rachão”, Jorge Luís perdeu a condição de titular absoluta e nunca mais jogou no time principal do Galo.

Na Casa do atleta Carlos Castilho, após o jantar que era servido às 19h, nem na esquina o jogador ia tentar a “sorte” e o mesmo se recolhia em seu apartamento.

Sobre o que o técnico Fidélis, que hoje mora com Deus, disse, nunca ninguém ficou sabendo. Alias apenas ele!

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