redacao@gritoregional.com.br     (67) 9 8175-8904

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

           

Campo Grande, quarta-feira, 20 de dezembro de 2023.

Causos do futebol

A viagem em que o repórter esportivo deixou o chefe da equipe e “amiga”, na “mão!”

Por Gilson Giordano em 12/08/2020 às 09:59

Viagens de trem para Corumbá era motivo de muita festa por aprte dos integrantes das equipes do rádio esportivo (Foto: Arquivo)

Ainda sob o poder catastrófico da pandemia causada pelo coronavírus covid 19, as rodas quem movem a engrenagem do desenvolvimento, ainda não giram tal como todos esperam e agora, de forma ainda mais ansiosa e diante disso, o site gritoregional.com.br que não tem editoria de polícia, recorre às contações de “causos” vividos na época de ouro do futebol sul-mato-grossense e até certa forma, em todo o país onde os praticantes de tal modalidade, a única coisa que eles sabiam, era jogar bola. E como jogavam!

Mas dentro desse contexto marcado com certo saudosismo, não eram apenas os jogadores que diziam as patacoadas, pois no meio, existiam alguns repórteres que, se não falavam patacões, de certa forma também deixaram saudades no meio radiofônico sul-mato-grossense.

Jogo em Corumbá

Não me recordo muito bem o ano, pois lá se vão tantos e tantos… Mas em um dos Campeonatos Estaduais, tal como hoje, o Operário jogaria em Corumbá, contra o time da casa e todos os jogos disputados em Corumbá, todo mundo queria ir, primeiro para curtir a beleza da alvorada no trem rasgando o pantanal, linda natureza e segundo, pela festa que sempre foi proporcionada pelos corumbaenses, em todas as circunstâncias. De fato era uma festa.

Além da festa na Cidade Branca, todo mundo queria também degustar o famosíssimo bife a cavalo que será servido no restaurante do trem da NOB, acompanhado claro, da cerveja Antártica, que ainda em Bauru, de onde partia a locomotiva, a geladeira da mesma era abastecida talvez com algumas dezenas de caixas da bebida cuja refrigeração era mantida à base das enormes barras de gelo.

Certo sábado, por volta das 18h, o trem partia de Campo Grande às 19h, estava todo mundo na estação ferroviária delegação, no caso do Operário, integrantes da imprensa falada – das equipes de rádio três no total Difusora, Cultura e Educação Rural – e se misturava aos mesmos, os familiares, esposas, namoradas, noivas além de centenas de pessoas que iam ao local pelo simples prazer de ver a chegada e a partida do trem, tal como acontece nos tempos de hoje, no Mirante, localizado próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Era um “vuco-vuco”, principalmente quando a locomotiva de aproximava da estação, pois nela havia pessoas que queriam, claro descer em quanto outras, queria entrar. Era uma grande confusão, mas no bom sentido.

Lembram daquele repórter que entrevistou um passageiro que tinha pinta de jogador e foi confundido com o meia Arthurzinho? Pois bem ele é mais uma vez personagem dessa “estória”, ou desse “causo”.

Ainda na estação ferroviária, o “chefe” da equipe que era casado e estava ao lado da esposa, o chamou e lhe entregou a passagem para a cabine dupla, que tinha duas camas: uma em cima e a outra embaixo.

O repórter que era setorista do Operário, portanto tinha a preferência para a viagem pegou as passagens (duas pelo fato der sr cabine dupla) guardou e se afastou do local, onde ficaram apenas o “chefe” e a esposa.

Por sua vez, o tal “chefe” era casado, mas estava levando uma “amiga”, para conhecer as belezas do alvorecer pantaneiro, época em que era possível admirar os bichos da fauna, entre veados, nos lagos, os jacarés entre outros.

Em seguida, a locomotiva encostou na plataforma de embarque e desembarque e mesmo naquele “vuco-vuco” causado pelo “entra e sai” dos passageiros, o repórter logo entrou, se dirigiu ao vagão da sua cabine onde adentrou se trancou e ficou observando a movimentação de todos pela janela.

Em seguida, foi dada a ordem de partida para o condutor: “Senhor condutor do trem de prefixo tal (não recordo), pode partir…” e após o apito, o trem foi pouco a pouco se movimentando e se distanciando da plataforma de embarque.

De Campo Grande era, 12 horas de viagem, portanto, só chegaríamos à Corumbá, no domingo, dia do jogo, mas claro pela manhã.

Essa demora era em função do número de estações ao longo do percurso.

Após a partida da estação ferroviária, a primeira estação com parada obrigatória, era no antigo frigorífico Bordon, abaixo daquele viaduto, localizado na saída para Aquidauana.

E antes mesmo dessa primeira parada, o “chefe” da equipe, devidamente acompanhado pela “amiga”, foi atrás do repórter para “trocar” de cabines, pois ele daria ao mesmo a cabine simples, que tinha apenas uma cama e ele então, ficaria com a cabine dupla, de duas camas.

Ao chegar à cabine, o “chefe” da equipe, todo sorridente, pois afinal ele havia “driblado” a esposa e mostraria o pantanal à amiga, bateu na porta e o repórter abriu e devidamente preparado para dormir, usando um pijama de bolinhas, pois o mesmo nem ao restaurante ia para passar um tempinho.

Repórter: “Pois não?”

Chefe da equipe: “Vim aqui pra trocar de cabine com você, pois essa dupla é pra mim e a simples pra você.”

Repórter: “Negativo. Eu já estou preparado pra dormir e vou para trabalhar e não bagunçar!”

Chefe de equipe: “Não, mas…”      

Antes que ele concluísse, o repórter fechou a porta, deixando mesmo falando sozinho.

Sem alternativa, ele teve que voltar para a cabine individual, mas antes ele tentou comprar outra cabine dupla, mas como estava toda a delegação do Operário, ele não conseguiu.

Resumo da ópera: ele teve que dar a cabine individual para a “amiga”, pois os guarda-carros, não permitiam de forma alguma que na mesma viajassem duas pessoas e ele teve que se acomodar no vagão das poltronas e pior de tudo sem poder zangar-se com o repórter, pois o mesmo poderia “delatar” à esposa do “chefe”, a viagem da amiga.

0 Comentários

Os comentários estão fechados.

Exibir botões
Esconder botões